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LENDO EDGAR ALLAN POE NO SEU ANIVERSÁRIO DE 214 ANOS / JOÃO SCORTECCI

Láudano poético: branco, açafrão, cravo, canela e ópio. Lendo sobre o romantismo sombrio – fascinação popular com o irracional, o demoníaco e o grotesco – e a obra do poeta Edgar Allan Poe (1809 – 1849), encontrei nota sobre o significado da palavra "embuste" ("hoax", em inglês): tentativa de enganar um grupo de pessoas, fazendo-as acreditar que algo falso é real. Os “embustes” estão na moda e parece que vieram para ficar, de vez, no novo normal. É possível perpetrar um “embuste” fazendo – somente e tão somente – declarações verdadeiras. Mentiras verdadeiras, algo assim. Embuste ou fake news? Segundo o “pai dos burros” a expressão “fake news” é usada desde o final do século XIX e se tornou popular em todo o mundo para denominar informações falsas que são hoje postadas, deliberadamente, nas redes sociais da Internet. Voltando ao Edgar Allan Poe e "O Corvo": "Senhor, por favor, ajude minha pobre alma”. Láudano para os ingênuos! Segue desafio: “Qual é teu nome, ó nobre Corvo, o nome teu no inferno torvo! E o corvo disse: "Nunca mais.” Pobre “corvo” de nós, pobre Poe, alma penada, de versos sombrios e corações frios: poesia, cravo, canela e ópio.

João Scortecci