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PAN TADEUSZ, ADAM MICKIEWICZ E O AMOR POLONÊS DE TADEUSZ E ZOSIA / JOÃO SCORTECCI

Pan Tadeusz é um poema épico do poeta, escritor, tradutor e filósofo judeu Adam Mickiewicz  (Adam Bernard Mickiewicz, 1798 – 1855). O livro, escrito em alexandrinos poloneses, foi publicado pela primeira vez pelo poeta, tradutor, editor e gráfico Aleksander Jełowicki (1804 – 1877), em 28 de junho de 1834, em Paris. Em Pan Tadeusz é contada a história de duas famílias nobres rivais e o amor entre Tadeusz, de uma das famílias, e Zosia, da outra, quando a Polônia havia sido dividida entre os exércitos da Rússia, Prússia e Áustria (1811 – 1812) e apagada do mapa político da Europa. Pan Tadeusz é considerado um dos últimos grandes poemas épicos da literatura europeia. É leitura obrigatória nas escolas polonesas e foi traduzido para 33 idiomas. Uma versão cinematográfica, dirigida por Andrzej Wajda, foi lançada em 1999. Em 2014, foi incorporado à lista da Polônia no Programa Memória do Mundo da UNESCO. Mickiewicz é  também autor do drama poético Dziady (Dia dos Mortos), referência a uma antiga festa eslava e lituana em comemoração aos mortos. Junto de Zygmunt Krasiński (1812 – 1859) e Juliusz Słowacki (1809 – 1849), Adam Mickiewicz é considerado um dos Três Bardos da Polônia. Bardo, na Europa antiga, era a pessoa encarregada de transmitir histórias, mitos, lendas e poemas de forma oral, cantando as histórias do seu povo em poemas recitados. A crise política polonesa de 1968, também conhecida na Polônia como “Março de 1968”, foi uma série de protestos estudantis, intelectuais e outros, contra o governo polonês. A crise levou à repressão pelas forças de segurança e a subsequente repressão do movimento dissidente polonês. Também foi acompanhado pela emigração em massa – saída espontânea do país – após uma campanha antissemita (marcada como antissionista), empreendida pelo governo. Os protestos coincidiram com os eventos da “Primavera de Praga” na Tchecoslováquia, e consequentemente, a sua invasão, pelo Pacto de Varsóvia (União Soviética, República Popular da Polônia, República Popular da Bulgária e República Popular da Hungria), em 20 de agosto de 1968. A apresentação da peça Pan Tadeusz, do poeta polonês judeu Adam Mickiewicz, foi proibida durante os protestos, agravando-os ainda mais. O papa polonês João Paulo II, na viagem apostólica à Polônia, em 3 de junho de 1997, em Posnânia (Poznań, em Polonês), celebrou aos jovens daquele país: “Aqui neste lugar, na Praça Adam Mickiewicz, outrora havia um monumento ao Santíssimo Coração de Jesus, sinal visível da vitória alcançada pelos polacos graças à fé e à esperança em Cristo. O monumento fora erigido em 1932, com as ofertas de toda a sociedade, como voto de gratidão pela reconquistada independência (...) Depois do início da segunda Guerra Mundial, aquele monumento tornou-se um símbolo tão perigoso de espírito cristão e polaco que foi destruído pelo invasor, no princípio da ocupação.”


João Scortecci