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MENOTTI DEL PICCHIA E A BATALHA PELO LIVRO / JOÃO SCORTECCI

Menotti Del Picchia (1892 – 1988), na Revista PAN – Semanário de Leitura Mundial – Ano II – número 4 – 16 de janeiro de 1936 – página 15, coluna: “O Imperativo da Hora – Modernizar-se ou Perecer”: “O maior inimigo do livro brasileiro é o próprio governo federal. A ele se deve a falta de difusão do único elemento de progresso e de cultura: o livro. Talvez o governo federal não seja um culpado consciente. Talvez não passe de um sono que dormiu e foi embrulhado pelos espertalhões negocistas que superabundam no país. A razão de justificarmos o governo reside no fato de não podermos compreender que o poder público de uma nação possa contribuir para embaraçar a expansão do livro. Seria julgá-lo criminoso demais ou inepto demais. O fato é que, mercê da legislação federal criando o truste do papel brasileiro, milhões de crianças nossas são prejudicadas em benefício da ganância de um grupinho de negociantes sem entranhas. O papel nacional – o pior papel do mundo – é relativamente ao nosso padrão de vida – o mais caro do mundo. Tivesse o governo derrubado a barreira alfandegária que torna impossível a importação de papel estrangeiro e então o problema da cultura nacional estaria automaticamente resolvido (...)”. Menotti Del Picchia foi colunista colaborador da Revista PAN (1935 – 1945), Semanário de Leitura Mundial, do editor e gráfico José Scortecci (1902 – 1988), avô materno do editor e gráfico João Scortecci.

João Scortecci