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LIVROS CENSURADOS E QUEIMADOS MAIS INFLUENTES DA HISTÓRIA / JOÃO SCORTECCI

O naturalista, geólogo e biólogo britânico Darwin (Charles Robert Darwin, 1809 – 1882), célebre por seus avanços sobre evolução nas ciências biológicas estabeleceu a ideia que todos os seres vivos descendem de um ancestral em comum. Em 1859 publicou A origem das espécies e propõe a teoria de que os ramos evolutivos são resultados de seleção natural e sexual, e a luta pela sobrevivência resulta em consequências similares às da seleção artificial. A obra foi publicada em Londres, impressa por John Murray, com tiragem de 1.250 exemplares. A edição se esgotou em um dia, e a Igreja reagiu violentamente. O assunto polêmico gerou artigos de jornais, sátiras e caricaturas que debochavam do britânico. Em 1860, saiu uma segunda edição, que também se esgotou em poucos dias. O livro A origem das espécies provocou um escândalo na sociedade e foi rejeitado em colégios, bibliotecas do mundo e na comunidade científica. Há registro de que edições inteiras foram destruídas e queimadas. A teoria de Darwin – segundo a qual todos os seres vivos descendem de um ancestral em comum –precisou de décadas para ganhar aceitação e reconhecimento da sociedade e da comunidade científica. Hoje, a teoria de Darwin é considerada o mecanismo unificador para explicar a vida e a diversidade na Terra. Pesquisa realizada no Reino Unido durante a Academic Book Week (2019) elegeu A origem das espécies, de Charles Robert Darwin, a obra censurado mais influente da história. Na lista dos 20 títulos censurados mais influentes da história – a título de curiosidade – aparecem: 1984 (George Orwell), Uma vista da ponte (Arthur Miller), Amado (Toni Morrison), Admirável mundo novo (Aldous Huxley), Country girls (Edna O'Brien), Seus materiais escuros (Philip Pullman), Eu sei por que o pássaro engaiolado canta (Maya Angelou), O amante de Lady Chatterley (D. H. Lawrence), Ratos e homens (John Steinbeck), Direitos do Homem (Thomas Paine), Versos satânicos (Salman Rushdie), O apanhador no campo de centeio (J. D. Salinger), A cor púrpura (Alice Walker), As vinhas da ira (John Steinbeck), A metamorfose (Franz Kafka), Para matar um Mockingbird (Harper Lee) e Ulisses (James Joyce). Darwin, em seus últimos anos de vida, publicou outros livros polêmicos: A variação dos animais e plantas sob a ação da domesticação (1868), A descendência humana e a seleção sexual (1871) e Expressão das emoções no homem e nos animais (1872).

João Scortecci