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THOMAS JEFFERSON, A BIBLIOTECA DO CONGRESSO DOS ESTADOS UNIDOS E O MENINO TIPOGRÁFICO / JOÃO SCORTECCI

A Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos (Library of Congress) localizada em três edifícios na área de Capitol Hill, em Washington, D. C., é considerada a maior do mundo. Foi inaugurada no ano de 1800, com apenas 740 livros, no Capitólio, prédio que serve como centro legislativo do Estado norte-americano. Em 1814, foi invadida e incendiada por tropas britânicas, e tudo do local foi destruído. A biblioteca foi reconstruída com o acervo particular de Thomas Jefferson (1743 – 1826), terceiro presidente dos Estados Unidos da América do Norte e um dos autores da Declaração de Independência dos Estados Unidos, de 1776. Thomas Jefferson vendeu todo o seu acervo com 6.487 publicações, por 23 mil dólares. Em 1851, a biblioteca pegou fogo, e grande parte do acervo foi destruída. Em 1897, foi reinaugurada, dessa vez em um prédio independente, hoje Edifício Thomas Jefferson, e – segundo dizem – é a biblioteca mais segura do mundo. Sempre digo: “A ignorância, a água e o fogo são os verdadeiros inimigos dos livros”. Outros dois prédios adjacentes à biblioteca, o John Adams Building, construído na década de 1930, e o James Madison Memorial Building, construído na década de 1970, compõem o conjunto central da biblioteca, que conta com mais de 173 milhões de itens, sendo 155 milhões de exemplares de livros e 32 milhões de títulos, em 470 idiomas diferentes, e 3.000 funcionários. Há, ainda, 63 milhões de publicações manuscritas, mapas e peças de coleções. A principal missão da biblioteca é dar apoio e suporte aos membros do Congresso norte-americano. Abriga, ainda, o EDA – Escritório de Direitos Autorais dos Estados Unidos e também funciona como Biblioteca Nacional dos Estados Unidos. É aberta ao público para consultas e pesquisas, mas apenas oficiais do governo e funcionários da biblioteca podem retirar livros. A Scortecci Editora – ao longo de seus 40 anos de existência – recebeu centenas de pedidos de livros para o acervo da Biblioteca do Congresso. Lembro-me do primeiro, em 1986. Desconheço os critérios das escolhas e dos pedidos. O perfil tem sido para obras sobre o Brasil, política, educação e história. No início de março de 2023, recebi o pedido para envio de um exemplar do Menino tipográfico e outras histórias, meu mais recente livro de crônicas, lançado em 2022. Preocupo-me, desde já, com o que vão pensar do personagem central, o bode Inhaca, da cidade de Baturité, no Ceará, que mastiga e come livros, somente livros. Desde já, vivo um pesadelo, e o espírito de Thomas Jefferson não para de me azucrinar, dia e noite.

João Scortecci