Triângulo equilátero é um tipo de triângulo que tem os três lados iguais, e seus ângulos internos medem 60º. São vistos como símbolos místicos e usados em diferentes culturas e tradições esotéricas. O Livro Triangular (Manuscrito Triangular) é um texto francês, sem título, do século XVIII, escrito em código e atribuído ao lendário conde de St. Germain (Jacques St. Germain, 1696 – 1784), com encadernação e folhas de pergaminho no formato de um triângulo equilátero. Conde de St. Germain foi uma das figuras mais misteriosas do século XVIII. Era considerado místico, alquimista, ourives, lapidador de diamantes, cortesão, aventureiro, cientista, músico, compositor e imortal. O Livro Triangular começa com uma pequena inscrição em latim, mencionando tratar-se de um presente oferecido pelo conde de St. Germain, e seguido por uma ilustração de um dragão alado. Todo o texto – incluindo as inscrições pertencentes aos diagramas – está em códigos. O manuscrito, encadernado em couro e dourado na frente, mede 23,7 cm em cada um dos seus três lados. Na tradição do grimório – coleções medievais de feitiços, rituais e encantamentos mágicos invariavelmente atribuídas a fontes clássicas hebraicas ou egípcias – encontra-se a prática de conjurar espíritos e anjos, em um triângulo desenhado no chão. Essa forma particular, fortalecida pelos nomes divinos escritos ao redor dela, foi pensada para forçar um espírito a responder honestamente e cumprir seus deveres sem demora. O ritual descrito no Manuscrito Triangular assemelha-se aos descritos no grimório Heptameron, um manual de magia ritual atribuído ao filósofo, astrólogo e professor de medicina italiano Pietro d'Abano (1257 – 1316), que apareceu por volta do século XVI na Europa. As duas cópias conhecidas do Livro Triangular (Manuscrito Triangular) fazem parte das coleções do Getty Research Institute, localizado no Getty Center em Los Angeles, Califórnia, EUA. Os espíritos cantam sobre uma poderosa criatura – dragão alado – que reina sobre tudo o que é místico. Muito presente no folclore e na arte asiática, seu significado faz menção à condição de força e poder. Representa a energia transformadora do fogo. A palavra se origina do grego “drákōn”, que significa “ver claramente” ou “aquele que enxerga longe”. Na alquimia, o dragão expressa a manifestação do ser superior e protetor sobre o trabalho do alquimista. Ele é a união dos quatro elementos: Ar, Fogo, Água e Terra. É a força expansiva do pensamento e da inteligência, da liberdade e da responsabilidade espiritual.
João Scortecci