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O CORVO DE EDGAR ALLAN POE E O BUSTO DA DEUSA PALLAS ATENAS / JOÃO SCORTECCI

Tamerlão e outros poemas (Tamerlane and other poems) foi o primeiro livro publicado pelo poeta norte-americano Edgar Allan Poe (Edgar Poe, 1809 – 1849), lançado em julho de 1827, impresso pelo tipógrafo Calvin Frederick Stephen Thomas (1808 – 1876), edição do autor, 40 páginas, com tiragem de 50 exemplares. O livro contém um poema romântico que se inspira na figura do conquistador turcomano Timur Lenk (Tīmur ibn Taragay Barlas, 1336 – 1405), considerado o último dos grandes conquistadores nômades da Ásia Central, e o seu amor pela jovem Ada. Poe é autor do famoso poema O corvo (The raven), publicado pela primeira vez em janeiro de 1845, no jornal New York Evening Mirror, posteriormente sob a forma de livro pela editora Lorimer Graham e traduzido para o português por Machado de Assis, em 1883. No poema narrativo, é contada a história de um amante perturbado pela perda do amor de Lenora, o qual recebe em sua casa a misteriosa visita de um corvo falante, que pousa sobre o busto de Pallas Atenas, a deusa da sabedoria e da iluminação grega. Poe afirmou ter escrito de forma lógica e metódica, com a intenção de criar um poema que apelasse tanto ao gosto crítico quanto ao popular, como explicou em seu ensaio de 1846, A filosofia da composição. O poema foi inspirado em parte por um corvo falante do romance Barnaby Rudge: a tale of the riots of eighty, do inglês Charles Dickens (Charles John Huffam Dickens, 1812 – 1870). Edgar Allan Poe morreu no dia 7 de outubro de 1849. Alguns dias antes da sua morte, foi encontrado vagando pelas ruas da cidade de Baltimore, Maryland (EUA), com roupas que não eram as suas e em estado de alteração mental. Foi levado para o Washington College Hospital, onde faleceu. Tinha 40 anos de idade. Dizem que suas últimas palavras foram: “Senhor, por favor, ajude minha pobre alma”. Eis trecho de O corvo, na tradução de Milton Amado: (...) Abro a janela e eis que, em tumulto, a esvoaçar, penetra um vulto:/ É um Corvo hierático e soberbo, egresso de eras ancestrais./Como um fidalgo passa, augusto e, sem notar sequer meu susto,/Adeja e pousa sobre o busto, uma escultura de Minerva,/Bem sobre a porta; e se conserva ali, no busto de Minerva,/Empoleirado e nada mais (...)”

João Scortecci