Pesquisar

REVISTA “SELEÇÕES” E A COMPANHIA LITHOGRAPHICA YPIRANGA / JOÃO SCORTECCI

Meu pai, Luiz Gonzaga, era assinante da revista Seleções – isso nos anos 1960. Lia e relia a brochura de cabo a rabo! Era vidrado na seção “Piadas de caserna”, que ilustrava as duas últimas páginas da revista, impressa no formato pato, 13,4 cm x 18,4 cm, carinhosamente, no Brasil, apelidado de “formatinho”. Seleções é a denominação da versão brasileira da Reader’s Digest, criada em Pleasantville, Nova York, no ano de 1918, quando DeWitt Wallace (1889 –1981) e sua esposa, Lila Bell Wallace (1889 – 1984), tiveram a ideia de lançar uma revista que reunisse os melhores e mais úteis artigos já publicados, usando uma linguagem condensada, mas sem interferir no conteúdo e no “sabor” do texto. O primeiro número da Reader’s Digest chegou às bancas dos Estados Unidos da América do Norte em 1922 e, por muitos anos, foi a revista mais vendida naquele país. Seleções chegou ao Brasil 20 anos depois, em 1942, trazida por Robert Lund, fundador do Grupo Lund Editoras Associadas. Os números refletem a trajetória de sucesso da revista no País. A primeira edição brasileira, com 100 mil exemplares, esgotou-se rapidamente, e, no início dos anos 1970, a tiragem atingiu a casa dos 500 mil exemplares. A Companhia Lithographica Ypiranga (1901 – 2014) foi a primeira gráfica da América Latina a imprimir em cores. Em 1950, após a aquisição de um moderníssimo equipamento gráfico, iniciou no Brasil a impressão da revista Seleções. O setor gráfico chegou – oficialmente – ao Brasil, por decreto régio, no ano de 1808, data da implantação da tipografia no País. Coube à gráfica carioca Companhia Lithographica Ferreira Pinto, no ano de 1922, a compra da primeira máquina de offset do Brasil. Em 1924, o offset chegou a São Paulo pela Graphica Editora Monteiro Lobato (1918 – 1925), que, mais tarde, passou o equipamento à São Paulo Editora. No mesmo período, chegaram também máquinas offset na Companhia Lithographica Ypiranga e na Litografia Artística. Em 1942, foi fundado o Sindicato das Indústrias Gráficas de São Paulo – SINDIGRAF, que, em 1944, foi reconhecido oficialmente, por lei, como representante paulista dos empresários gráficos. A Companhia Lithographica Ypiranga – que durante 113 anos contribuiu para a história de sucesso da indústria gráfica brasileira – está registrada no SINDIGRAF, São Paulo, como sócio-fundador de número 3.

João Scortecci